São Paulo, 22 de março de 2000
Querido irmão-Haroldo,
Quando você me perguntou em Paris, naquele almoço agradabilíssimo, a respeito do “keep goig”, eu respondi: o amor das pessoas amigas e familiares.
Depois do almoço continuei a pensar.
Não era só aquilo, ou melhor, talvez, aquilo nem fizesse parte da razão de viver.
Em Verbier, contei um fato ocorrido comigo, e de acordo com as palavras da vó Margarida, hoje me sinto mordomo de Deus.
E o que seria este Deus ? :
Ao longo da vida, me senti em muitos conflitos, entre o que pensava e o que fazia.
Quando um dos meus casos amorosos, confessou que estava apaixonada por mim, e que não conseguia mais fazer amor com o namorado, me senti um destruidor de casais. Sinceramente, não gostei, por um lado, mas por outro me senti envaidecido.
Da mesma forma ocorreu em muito outros casos, onde um lado adorava a situação e o outro nem tanto.
Sempre nestas ocasiões, veio-me o ensinamento cristão : Conhece-te a ti mesmo.