Amor+Paz+União=Feliocidade Queridos irmãos,

Cartas

São Paulo, 02/04/2002

Constatamos algumas facetas no convívio social e gostaríamos de compartilhá-las com vocês.

Não temos dúvida de que a PAZ é um requisito fundamental para a FELICIDADE.

E, para haver PAZ é imprescindível a UNIÃO.

O amor é a força que nos levará a esta união.

Assim, precisamos aprender a reconhecer o AMOR verdadeiro, que é inabalável, eterno, incondicional, espontâneo, e que constou nos 2 (dois) mandamentos fundamentais de Cristo (Amar a Deus, e Amar o próximo como a nós mesmos).

Percebemos que trazemos em nossa cultura alguns conceitos como família, clubes, classes sociais, nacionalismo, bairrismo, religião, etc…, que podem se tornar mecanismos que viciam o AMOR.

Explicamos:

Acreditamos que pela natureza do ser humano possuímos a mente da comparação. Só não comparamos as coisas que são idênticas.

Ao compararmos, inevitavelmente, fazemos as seguintes perguntas: Qual é a maior? Qual é a menor? Qual é melhor? Qual é pior?

Assim, acredito que se classificarmos o AMOR em amor de pai, amor de filho, amor de mãe, amor de marido, amor de amigo, amor de irmão, amor de pessoas do mesmo bairro, da mesma cidade, da mesma religião, etc…, o ato contínuo, e involuntário, da nossa mente seria estratificar estes “amores”, e assim, teríamos um AMOR maior e um menor, como também um AMOR melhor e um pior.

Não foram estes os “amores” a que Cristo se referiu nos dois mandamentos.

Se somos iguais, não podemos dividir nosso amor em qualquer tipo de grupo que seja, familiar, religioso ou  nacionalista (E, nesta afirmação, não estamos tirando a necessidade da existência destas células, estamos apenas dizendo que o amor não pode ser diferente entre os seres que não estão nas mesmas  células)!

Percebemos em nosso mundo que é justamente essa divisão que causa tantas guerras!

É o caso da Palestina, onde um palestino desde quando nasce é instruído a odiar o judeu, apenas e somente pelo fato dele ser judeu.

Vimos também na África do Sul, o Apartheid, onde os brancos não conviviam com os negros, somente em razão da diferença de cor.

Sem falar no que estes, em razão da cor, sofreram com a maldita escravidão que depois de centenas de anos terminou há menos de 130 anos atrás.

Acrescentamos aqui, as mulheres que durante anos não puderam votar pelo simples fato de serem mulheres.

Vamos trazer esta discussão no âmbito familiar.

Talvez, nós não nos importemos com a religião do outro, nem tampouco a cor, ou ainda, o sexo.

Mas será que nós não discriminamos o nosso AMOR?

Mas vamos ser sinceros!

Será que não enxergamos outras pessoas que não da nossa família de uma forma diferente, SOMENTE pelo fato de não terem o mesmo sobrenome?

 Será que não estamos nos obrigando a conviver com pessoas exclusivamente pelo fato delas fazerem parte da família?

 Será que deixamos de conviver com alguns parentes, mas continuamos carregando o peso de culpa por não amá-los?

                                    Será que não estamos convivendo de forma obrigatória com pessoas para tentar manter uma aparência familiar?

Acreditamos que para sabermos AMAR verdadeiramente, ou seja, para podermos nos unir de forma INCONDICIONAL, devemos nos enxergar mutuamente, como irmãos, não porque temos o mesmo sobrenome (porque seria condicionar o amor), mas pelo fato de sermos todos seres vivos que fazem parte de Deus.

Ou seja, para nós a família verdadeira não é aquela instituída por pessoas com mesmo sobrenome, mas sim e somente por pessoas que têm AMOR entre si.

Se nós não AMARMOS nossas esposas, filhos, irmãos, não podemos dizer que formamos uma família.

A verdadeira família é formada por todos os que realmente se AMAM!

Não temos dúvidas de que o AMOR pode ser comparado à maré. Às vezes em alta, às vezes em baixa, mas nunca, jamais, em tempo algum, seca.

Mas, se o AMOR não existe, a relação familiar não é verdadeira, e portanto não traz FELICIDADE.

Selecionamos duas passagens do Evangelho que retratam  esta unificação dos seres:

 

A família de Jesus

 Falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar-lhe

 E alguém lhe disse : Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar-te.

 Porém ele respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem é minha mãe e meus irmãos?

E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis a minha mãe e meus irmãos.

Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.(MATEUS, 12, 46/50).

 (OBS.: Acreditamos que a vontade de meu Pai de que Jesus fala, é exatamente AMAR).

E ainda,

“E, todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe (ou mulher), ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e herdará a vida eterna.”(Mateus, 19, 29).

Também o “nome” a que Jesus se refere, pode ser interpretado como Amar a Deus, e amar ao próximo com a nós mesmos.

Sem AMOR não há família, e por isso, Cristo avalizou aqueles que deixariam seus lares por AMOR a seu nome.

Confessamos aqui que ao eliminar de nossa consciência a obrigatoriedade de amar os familiares, nosso AMOR por vocês se tornou mais verdadeiro, e infinitamente maior.

Se Deus nos colocou no seio de uma mesma família, houve uma razão, que a nosso ver é a oportunidade de criarmos laços amorosos através do convívio obrigatório enquanto éramos crianças. Nós não somos mais crianças, logo não temos mais obrigação de convivermos o dia a dia. Por isso, o que agora pretendemos é evitar que o sentimento de obrigação de amor ao “familiar” corrompa o AMOR verdadeiro que exista entre nós, e nos faça cada vez mais unidos.

Amamos  todos vocês !

Beijos,

Paulo T Korte

Last modified: 26/08/2019

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