Ao meu irmão Haroldo (está incompleta)

Cartas

São Paulo,  22 de março de 2000

Querido irmão-Haroldo,

depois da semana que tivemos onde pude te conhecer melhor, sinto-me tranqüilo em te escrever algumas palavras que tentam traduzir o âmago da minha existência.

Quando criança, por óbvio, não pensava qual a razão do meu nascimento. Simplesmente, para mim eu tinha nascido e era feliz. Recordo-me com saudades deste tempo quando para escolher um sorvete na lanchonete, sempre tínhamos que optar pelo mais barato. Não tínhamos dinheiro, o teto da casa da Raiz da Serra parecia uma peneira quando chovia, mas eu era muito feliz.

Com treze anos (meu primeiro beijo), em razão de não concordar com atitudes de terceiros, tidos por beatos e bom seguidores de Cristo, entendi por bem ler a Bíblia. O pai aconselhou: Leia primeiro o novo testamento.

Segui seu conselho.

Li o livro sagrado, com olhos não críticos, mas aceitando como Cristo sendo a verdade.

Assim, em momentos onde achava Cristo injusto, perguntei-me: Será que eu sou mais justo que Cristo ?  A minha humildade nesta hora sobrepunha-se aos meus conceitos pré-estabelecidos (se eu estava disposto a aprender, é porque eu não sabia mais do que estava ali escrito)

Nesta época, ainda não tinha um rumo espiritual bem traçado. Gostaria apenas de conhecer os ensinamentos de Cristo e saber o que seria o certo e o errado.

Sempre fui fiel aos amigos e irmãos. As várias mulheres com que saía, estavam totalmente em segundo plano.  Morreria pelos amigos e familiares, não pelas  mulheres.

O dinheiro, era bem escasso.

Apesar da perseguição do pai, continuava muito feliz.

Sabia, que os pais, querem sempre o bem dos filhos. (Para mim: Deus é o pai que não erra).

Dos 15 aos 18 anos tive inúmeras mulheres ao mesmo tempo, o que me garantiu a admiração e respeito dos amigos. Gostava da conquista.

Aos 18 preocupado com a AIDS, decidi começar a namorar sério.

 

Last modified: 26/08/2019

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