Aos outros o meu presente

Cartas

São Paulo 3 de novembro de 2003

Queridos amigos e familiares,

 

Dedicamos a maior parte do nosso tempo ao trabalho, à aquisição e administração de bens, à manutenção do corpo físico, coisas que são absolutamente passageiras : o trabalho muda, os bens se deterioram, se perdem, ou se tornam objeto de desavença, e o corpo físico envelhece ou adoece.

Por outro lado, dedicamos pouco tempo[1] às nossas relações pessoais com o cônjuge, filhos, amigos. Mas são essas relações, que,  sendo bem cuidadas,  se tornam eternas. Os casais podem ficar para sempre  juntos e felizes. Nossos filhos serão sempre nossos filhos. Hoje cuidamos deles,  amanhã eles estarão cuidando de nós.  Os amigos que hoje jogam futebol, no futuro podem estar jogando xadrez.

Em verdade, trabalhar, adquirir e administrar bens, exercitar o corpo físico, são coisas muito importantes e necessárias. Mas não podem ser consideradas mais importantes do que às relações pessoais.

Nossas escolhas são feitas com base em prioridades previamente estabelecidas. Quantas vezes não escolhemos o trabalho, os bens, e o corpo físico, em detrimento das relações pessoais ?

Muito embora, tenhamos este conceito bem cristalizado em nossos corações, e procuremos agir de acordo com ele, surge um outro problema:  Como distribuir nosso tempo entre as pessoas que mais amamos ?

O ritmo da cidade grande e o número de pessoas com que nos relacionamentos (só na família são 11 irmã(o)s, 11 cunhados(as), 18 sobrinhos(as) (estamos esperando mais 3 sobrinhos – graças a Deus !!!), amigos, etc…..), não contribuem para a solução deste dilema.

Há festas tradicionais como Natal, Páscoa, Aniversários, Confraternizações, que nos ajudam a resolver esse problema, mantendo viva a planta dos relacionamentos, ainda que regada poucas vezes ao ano.  É melhor estarmos juntos poucas vezes do que nenhuma.

Com este objetivo, e com muito amor, convidamos você para nossa festa de aniversário, que se realizará no dia 15 de novembro, a partir das 11:00,  no Sítio Violeta (mapa no verso).

Por fim, entendemos que a cultura do nosso povo faz com que as pessoas presenteiem os aniversariantes. Este ano, porém, estamos ajudando uma instituição de caridade, e sentindo-nos mais sensibilizados com a pobreza das classes menos favorecidas, gostaríamos que a verba que seria destinada ao nosso presente, fosse convertida em alimentos não perecíveis que poderão ser entregues no endereço mencionado no mapa que está no verso.

A caridade não resolve o problema do desemprego, mas uma criança,  que representa o futuro do nosso país, não pode ficar esperando tal providência de barriga vazia.

Contamos com a sua presença e a sua ajuda

 

 

Paulo T Korte                                                Carlos Diogo Korte

 

 

Marco Antonio Almeida Filho                      Guilherme José Korte

[1] E,  se alguém algum dia nos disser que a quantidade de AMOR que sentimos por determinada pessoa puder ser medida pela quantidade de TEMPO que a ela dedicamos ?!

 

Last modified: 27/08/2019

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