A política atual e a sociedade

Política

O Brasil enfrentou uma ditadura militar, como muitos outros países enfrentaram também. No meio deste ambiente surgiu o Partido dos Trabalhadores. Este partido teve um crescimento grande ao longo dos anos e ganhou notoriedade com a eleição do Presidente em 2002. A partir de então o movimento de esquerda, eleito com a bandeira anticorrupção, começou a governar o pais. 2006 foi reeleito o presidente, que em 2010 indicou o sucessor, no caso, a sucessora, o mesmo ocorrendo em 2014 que sofreu o impeachment em 2016. Neste período de 13 anos, a maior parte da população não queria saber de política.

Existia uma esquerda bem militante, aglutinada entorno de uma figura carismática chamada Lula, mas não havia uma direita forte. Lula sobreviveu o mensalão, mas não sobreviveu ao petrolão. Foi condenado em primeira e segunda instância, e o STJ e o STF resolveram mantê-lo na prisão. Foi o final de uma era com o único lider político realmente relevante para o país. Lula não se deu por vencido, e mesmo preso não “passou o cetro” para Haddad. Resolveu levar o cetro para a cadeia de onde tentava orquestrar seu reinado político. Assim, a turma da esquerda estava com o líder abatido e a turma da direita sem lider. Surge a figura do Bolsonaro aglutinando um forte movimento de direita,

 

daqueles que se sentiram espoliados pela esquerda ao longo de 13 anos. Os julgamentos do Mensalão, do Petrolão foram fundamentais para que o brasileiro começasse a se dar conta da importância da política. E assim, com o lider de esquerda cambaleado pela condenação judicial surge o lider de direita, forte, militar, que reúne todos aqueles que estavam profundamente insatisfeitos com a esquerda.

Começam as eleições e Lula continua com o cetro na cadeia, tal como um zumbi reinando. Haddad fica meio perdido, não sabendo se é um sucessor ou apenas um “laranja” do zumbi. Seu constrangimento é claro e ele fica entre o mundo dos vivos e dos mortos levando recados para lá e para cá. Definida a candidatura de Haddad, pensou-se que ele ficaria apenas no mundo dos vivos. Ledo engano. Continuou dizendo que ressuscitaria Lula. Se eleito, “Lula será solto e terá um papel fundamental no meu governo”. E assim, no último dia 7 de outubro houve uma votação surpreendente do Bolsonaro repercurtindo no Congresso. A direita agora está representada  e do mesmo tamanho da esquerda. O jogo está equilibrado no Congresso.

Agora, resta a eleição presidencial que tem gerado muita discussão em grupos de amigos e família. É preciso entender que o tom da campanha quem dá são os movimentos de dentro dos comitês. A haschtag #elenao foi criada para “jogar a rede” e abarcar do lado petista, movimentos feministas. Assim, o movimento foi feito usando a boa-fé dos seus seguidores para fins políticos. Evidente que quem defende agora, às vésperas da eleição,  a haschtage #elenão, em sua defesa, está embutida a haschtage #ptsim. E aí muitos artistas, familiares, e amigos compraram uma briga, sem saber onde estavam se metendo. Tiveram a reação dos que entende que #elesim, e que #ptnao. Houve, e está havendo o choque destas campanhas.

Agora, a questão é: falar de política é fundamental. Ter um povo politizado também. Mas é preciso respeitar a opinião alheia. Uns acham Bolsonaro um Mito. Outros acham Lula um Deus, “mais honesto que Jesus Cristo” como ele diz. Isso faz parte das crenças de um povo. Idolatrar ídolos, líderes. Hoje Bolsonaro exerce uma liderança tão grande como foi, e ainda é em alguma escala, a de Lula. E isso incomoda a esquerda. Incomoda muito. Porém, este equilíbrio de força é bom para a democracia. Surgem argumentos “ad terrorem” de que o Brasil será uma Venezuela, ou uma Alemanha Nazista. Bobagem!

A democracia está estabelecida em nosso país e cada vez mais forte. Basta ver o que aconteceu nas urnas no dia 7 de outubro. As pessoas estão cada vez mais engajadas na política. E, se há um tempo, a mensagem do político era tentar trazer as pessoas para a conversa política, hoje o desafio é outro, fazer com que as pessoas saibam falar de política com respeito e educação, ao menos dentro de seus grupos de amigos e familiares.

É natural que campanhas eleitorais majoritárias sejam ácidas em relação a um ou outro candidato. Mas daí a perder um amigo ou deixar de falar com um familiar é muita bobagem.

Nesta altura da campanha, a hora é de exagerar no respeito. Se esta é a campanha dos extremos, que tenhamos o extremo-respeito. Respeitar o voto do outro, a escolha do outro, respeitar o outro. Não confundir o amigo ou parente com o candidato dele. É um candidato, não um marido ou noivo! Dizer que R$ 50milhões de eleitores de Bolsonaros são nazistas, facistas, homofóbicos e sei lá o quê, seria o mesmo que dizer que 30milhões que votaram no PT seriam corruptos, lavadores de dinheiro, formadores de quadrilha. Estes argumentos são extremos, desrespeitosos, e mais do que tudo, inverídicos. Depositar sua confiança em Haddad ou Bolsonaro faz parte do processo democrático. É mais importante ter esperança e confiança do que não ter. A desilusão e a desconfiança não levam a nada neste cenário binário que se formou no segundo turno. Agora só há dois possíveis candidatos. Uns confiarão no fulano, outros no beltrano. Só o futuro dirá quem estará certo no depósito da sua confiança. E os que não confiarão em ninguém, também não critiquem aqueles que depositam a sua confiança em determinado candidato, porque o pior que alguém pode fazer ao outro e tirar-lhe a esperança. Se há os que não têm esperança, é preciso que estes deixem que as outras pessoas a tenham, ainda que ela esteja depositada em candidatos diversos com os quais não concorda. É bom, muito bom, que todos tenham esperança de um Brasil melhor, porque com ela será difícil, sem ela, impossível. #respeito #esperança#brasil.

Last modified: 23/01/2019

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