Respeito é bom e eu gosto.
Mas o amor
Ah… o amor.
É muito melhor.
Respeito tem no quartel general
E é importante.
Muito importante
Para a ordem.
Para a disciplina
Para a organização.
E para a manutenção de quem está no poder.
Respeito tem nas empresas
E faz a hierarquia,
Estabelece as funções,
Cria as estruturas
Para que as pessoas tenham lucro
E exerçam o poder umas sobre as outras.
O poder de inclusão
Mas também de exclusão.
Mas o amor,
Ah o amor,
Ele bagunça,
Ele desorganiza
Ele desafia aquele que está no poder agindo contra a felicidade dos outros.
Respeito é bom
E eu gosto.
Mas gosto muito mais do amor.
O amor é mais doce.
Faz as pessoas ficarem juntas não por obrigação
Mas por vontade.
Não por subordinação
Mas por admiração.
Ele não exclui,
Só incluí.
O respeito, sem amor,
Traz a ordem fria,
Sem vida.
Como numa máquina
Onde cada peça sabe o seu lugar.
Exerce a sua função,
Respeita a hierarquia,
Mas longe de ter alegria.
Na família?
Respeito é bom e eu gosto.
Mas sem amor, não há família.
Amor aos mais velhos,
Amor aos enfermos,
Amor aos diferentes.
Amor aos que chegam com o casamento
Amor aos que nascem no nascimento
Amor aos que vão embora,
É o amor que sustenta a família.
Inclusive, é ele que eterniza os mortos
Fazendo com que eles fiquem vivos dentro da família.
Amor ou respeito?
Se der para ter os dois, ótimo.
Fazem uma dupla perfeita
No exército
Nas empresas
Ou na família.
Mas se não der para ter os dois,
Prefiro o amor,
Ainda que ele desrespeite,
Bagunce
Desorganize
Ou fira o poder
Daquele que está agindo mal.
Para que nova ordem seja criada,
Com respeito
Mas principalmente,
Com amor.
(Paulo Thomas Korte, 4 de março de 2021)